Ouvi,
sabe-se lá as tantas vezes a ouvi,
de um cd que dei ao meu pai,
no último domingo, e junto dele um cartão.
Um cartão que talvez para muitos represente pouco,
é só um cartão do pequeno príncipe...
Quando o vi, de fundo azul,
com o pequeno príncipeem sua roupa de gala,
cabelos amarelos esvoaçados
pendurado às estrelas, pelas quais era puxado
nas suas viagens pelo espaço.
Só havia um dizer no cartão:
Desenha-me um carneiro.
E ouvindo Gente humilde,
com versos recitados por Vinícius,
na viola de toquinho, num tom saudoso,
senti a lágrima.
Escrevi meus dizeres honestos em um rascunho,
e antes que a música acabasse,
tomada pela nostalgia,
eu vi um dia de páscoa,
tentava abrir a fechadura do portão... inalcançável,
as mangas molhadas da blusa de manga comprida feita de "plush" azul bebê
pesavam no bracinho pequeno, gelavam as mãozinhas,
e meu pai - um gigante de óculos e bigode, me chamava
com a cesta cheia de chocolates e balinhas (aquelas pequenininhas coloridas que ele sempre gostou)
me colocava no colo, me beijava as bochechas e fazia brincadeiras de rima.
Lembrei também do opa,
que fazia a mesma coisa...
Os dizeres do cartão eram honestos,
ele também me desenhou um carneiro,
e fez toda a diferença na vida.
Como era engraçado meu pai...
ficou feliz com meu presente,
me mostrou Gente humilde quando nos falamos esta semana no carro,
eu também gosto de Vinícius.
:)
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário