quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

armas químicas e poemas

eu me lembro muito bem, como se fosse amanhão
sol nascendo sem saber o que iria iluminar
eu abri meu coração como se fosse um motor
e na hora de voltar sobravam peças pelo chão
mesmo assim eu fui à luta...

eu quis pagar pra ver
aonde leva essa loucura
qual é a lógica do sistema
onde estavam as armas químicas
o que diziam os poemas

afinal de contas
o que nos trouxe até aqui,
medo ou coragem?
talvez nenhum dos dois
sopra o vento um carro
passa pela praça
e já foi... já foi
por acaso eu fui à luta...

eu quis pagar pra ver
aonde leva essa loucura
qual é a lógica do sistema
onde estavam as armas químicas
o que diziam os poemas

o tempo nos faz esquecer
o que nos trouxe até aqui
mas eu lembro muito bem como se fosse amanhã
quem prometeu descanso em paz
pra depois dos comerciais?
e quem ficou pedindo mais
armas químicas e poemas?

Engenheiros do hawaii

amor à primeira vista

não acredito, nem desacredito.
minhas experiências sempre me mostraram um caminho diferente,
acabo sempre ouvido:
à primeira vista te achei arrogante,
mas vejo que....
foi um engano.
já conheci pessoas que falaram sobre a arrogância
como um fator de aproximação,
não sei,
talvez não eu seja o que as pessoas esperam que eu seja
mas de alguma forma eu seria,
caso não tivesse ocorrido o engano na primeira vez.
não julgo as pessoas à primeira vista,
mas o "santo" - que as pessoas dizem, mas prefiro chamar de análise corporal inconsciente -
o "santo" bate, ou não bate,
você pode perceber logo de cara se uma pessoa gostou de você ou não
ou se você gostou da pessoa...
talvez sempre seja uma questão de arbítrio,
ou você quer gostar, ou não quer
não adianta bater numa porta trancada se ninguém atende...
simples

quanto em ser arrogante,
enfim,
parecer ser é muito diferente de ser,
mas sempre vai depender de quem vê,
do que essa pessoa aprendeu na vida
para aprender a julgar as pessoas
erroneamente.

desencontro

EU VI VOCÊ ATRAVESSAR A RUA
MOLHANDO A SOMBRA NA ÁGUA
EU VI VOCÊ PARAR A LAGOA PARADA
VOCÊ ATRAVESSOU A RUA
NA DIREÇÃO OPOSTA
PISANDO NAS POÇAS,
PISANDO NA LUA
E A POESIA REFLETIDA
ALI ME DEU AS COSTAS
E PRA QUE PALAVRAS
SE EU NÃO SEI USÁ-LAS?
CADÊ PALAVRA QUE TRAGA VOCÊ
DAQUELA CALÇADA?
VOCÊ ATRAVESSOU A RUA
NA DIREÇÃO CONTRÁRIA
E A POESIA QUE MEU OLHO MOLHAVA ALI
QUEM SABE NÃO ME CAIBA
QUEM SABE SEJA SUA
ALI, ATRAVESSANDO A CHUVA
E TODA A LAGOA PARADA
VOCÊ NA DIREÇÃO ERRADA
E EU NA SUA
Adriana Calcanhoto