segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Desaniversário

Todo dia que não é seu aniversário, é o desaniversário...
Dizia o chapeleiro maluco, num chá da tarde muito incomum,
Em Alice no país das maravilhas.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

haikai

chuva de manhã, desperto cedo
o dia prometia, então ela se fora, vazio
sobraram pétalas caídas no chão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

enquanto isso, na sala de justiça...

A questão do PEC dos precatórios não passa de um motivo para comer uma pizza gorda e juntar a politicagem (que não é barata), eles riem, quem dá mais?

Estar político? Ser político?
E a verdadeira política?
Doença?
Venérea ou transmissível por aperto de mão?

Acabei de chegar e quero sentar na janela?
Ou as janelas, antes de mais nada, já estavam ocupadas?
Quem foi que guardou o lugar?
Por quanto?

Quem dá mais?

overdose

de café...
existe sim, olha só:

"* Há seis casos de morte por overdose de cafeína relatados na literatura;
* A dose letal para seres humanos foi estimada entre 3g e 8g (30 a 80 xícaras de
café) ingeridos;
* As mortes resultaram de convulsões e de colapso respiratório."
Retirado do site: http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/revisoes/cafeina.pdf

Pois é, passar das 30 xícaras é algo impensável...
se a xícara for de 150 ml, são 4 litros e meio de café,
não tomo isso de água!!!!

Fico com as minhas 4 xícaras diárias (no máximo 5).

Cafezinho é bom, e quase todo mundo gosta,
só cuidar pra não passar das 30 xícaras... rsrsrs

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vini Vidi Vici



Se foi Júlio César quem disse,
dizem que foi...
Vim vi e venci, num tom sonoro de franqueza
e gesticular alto dos braços,
sem muita humildade, eu vim, vi e venci.



Quem pode dizer que nunca foi incendiado
pelas más-linguas?
... a infâmia da inveja
Quem não se surpreendeu com os feitos
que não fez?
Só eu?



Vim
vi
e
venci.



Do retrato simples,
o meu retrato raro,
um avesso do espelho,
dentro de mim, do globo ocular,
desocular os meus pensamentos...



Vim, vi e venci.

pura nouvelle vague,
eu vago, um pouco, só pra descontrair,
desencontrar os pensamentos...

Eu encontrei um pouco de paz.
Vim ----- Vi ----- Venci.
Uma etapa, um passo adiante,
eu vim num ciclo, de trás pra frente.

Sempre.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

renúncias

Não se deve renunciar a salvar o navio na tempestade
só porque não se sabe impedir o vento de soprar.

THOMAS MORUS

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Passantes

Olhares cúmplices, alguns amedrontados,
outros destemidos... sofridos.
Passo pela rua,
centenas de luzes vermelhas dos carros,
sobe a rua até perder de vista.

A chuva leve, macia....
Cai sobre o guarda chuva como se
fosse uma névoa fria que se deita sobre os passantes.
Um sopro:
como se premeditasse
como se fosse o silêncio da guerra
antes da batalha,
ou a saúde antes da morte,
apenas a melhora aparente.

A fila do mercado não á opção,
nos corredores pão e água estão no fim,
o barulho da chamada no guichê,
o número 12 em vermelho,
a pressa, a água avança, sobe.

Mais uma vez,
Blumenau teme, treme.
Nem choveu tanto desta vez,
choveu menos dias,
mas talvez tenha chovido mais.
Acompanho no site da rádio
7.5 metros é o nível do rio,
com 9 Blumenau já estará em muitos pontos alagada,
a previsão, se não chover mais é otimista:
não chega aos 8 metros.

Senti o cheiro do rio,
aquela água barrenta, um marrom amarelado,
lembrei da lama que cobriu a cidade até fevereiro... maio...

Tantos oram pelo cessar da fúria das águas,
como se as orações segurassem os barrancos,
num crer que a natureza se curva à fé.
Só penso,
ora ou outra,
no cheiro de morte
que trouxeram essas águas,
no sabor amargo do estrago,
o lodo recobrindo o asfalto,
o lixo molhado espalhado pelas ruas,
casas destruídas em cima de outras casas,
os olhos dos meus conterrâneos...
tão incrédulos quanto os meus.

Não sei se gosto mais daqui,
é bela, porém má,
impiedosa Blumenau.

Os passantes curiosos,
ao longo da Beira Rio, à beira do rio,
se cruzam com mau jeito,
batendo as pontas dos guarda-chuvas,
hipnotizados pelo volume de água.

Parou de chover,
simplesmente,
trabalho, e espero a próxima notícia,
quero ler:
"parou de chover em Blumenau,
o nível do rio começa a baixar,
ventos fortes e sol
para terça-feira, dia 29/09"

domingo, 27 de setembro de 2009

Pernas

Caminho,
penso que caminho,
penso, sou,
caminho, vou.

Uma brincadeira à parte com as palavras,
que bailam, num som colorido pelos céus do pensamento.
Um céu acinzentado na boa Blumenau,
perto de outubro mais uma vez,
o domingo nublado acalma os sons dos passarinhos,
e aviva a cor dos amores-perfeitos...

Ao som do teclado ao lado, um livro infatil surge das idéias
da mente de um menino de 10 anos, uma coçadinha com o dedo indicador
no meio da cabeça parece trazer a palavra certa,
a testa se contrai continuamente, um espreguiçar dos braços....
segue o piano de letras a cantarolar histórias...

Engraçado como o tempo passa rápido...
Pernas... para ir longe.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Paracelso

"O certo é que, no mesmo lugar da terra onde existe um veneno mortal, existe um contraveneno exato; e que, do mesmo modo que as doenças são geradas, a saúde também é produzida”.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

sexta feira: Mill

"Decidir que opiniões devem ser permitidas ou proibidas significa escolher opiniões para as pessoas. Quem escolhe opiniões para o povo possui controle absoluto sobre suas ações, e pode manipulá-las em benefício próprio com perfeita segurança."
John Stuart Mill

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Candy, life is crazy

Iggy Pop!

http://www.youtube.com/watch?v=6bLOjmY--TA

vida nova!

Bem vinda vida nova!
O destino me brinda com a passagem,
enxergo as coisas melhor agora.

As coisas que me fizeram sofrer
hoje me tão pequenas como pó...
as luzes da cidade dão
um aspecto diferente das coisas.

Minha alma leve.

Digo adeus às coisas ruins,
que o vento as leve.

Caminhamos pela XV,
conversamos,
trocamos nossas experiências,
olhares,
rimos, choramos.

São as pequenas coisas que você disse,
xícaras de café,
abraços apertados,
desenhos,
fotos,
seus olhos claros,
e aquela música...

só tinha de ser com você....

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

chuva em Blumenau

Choveu forte esta noite em Blumenau,
acordei com o barulho da chuva forte,
assustada, escutando as gotas grossas
estalarem nas calçadas e nos telhados.

Pela manhã,
um caminhão entrando no bairro
levando uma escavadeira.

Chove mais uma vez em Blumenau.

Um leve pânico paira sobre o vale.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

...

Só deixo meu coração na mão de quem pode.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Você é a favor da eutanásia?

A morte,
na maioria das vezes é uma experiência dolorosa e dramática.
Você gostaria de escolher como vai morrer?

domingo, 6 de setembro de 2009

Velha Infância

Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo
É o meu amor...

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância...

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só...

Tribalistas
Composição: Arnaldo Antunes/ Carlinhos Brown/ Marisa Monte

sábado, 5 de setembro de 2009

traduções

Temos
realmente que convir numa coisa:
há realmente muita diferença,
-GROTESCAS, ABSURDAS!!!!-
nos livros traduzidos por quem entende do assunto,
e por quem apenas traduz...

Livros ótimos perdem a sua alma,
a sua virtude numa tradução ruim...
[sem contar os leitores]
foi bom aprender outras línguas e ler a fonte,
traduções por quem não entende do assunto são uma
verdadeira M!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vitória de Pírro

Vitória pírrica ou vitória de Pirro
é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço,
potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.
Esta expressão tem origem em Pirro,
general grego que,
tendo vencido a Batalha de Ásculo
contra os Romanos com um número
considerável de baixas,
ao receber os parabéns pela vitória tirada a ferros,
teria dito, preocupado:

"Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

Com efeito, Pirro tivera, além da Batalha de Ásculo,
mais uma vitória parecida contra os Romanos,
a Batalha de Heracleia.
Embora os Romanos tivessem tido um número superior de baixas,
era-lhes mais fácil recrutar mais homens e reorganizar o seu exército,
algo impossível para o exército de Pirro,
cujas baixas lhe dizimavam o exército irreparavelmente.
Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar,
mas também está, por analogia,
ligada a atividades como a economia,
a política, a justiça, a literatura e o
desporto para descrever uma luta similar,
prejudicial para o vencedor.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lista de livros


Amo-os [os livros],
escolho-os a dedo, pelo seu conteúdo,
pelos meus interesses,
pela minha curiosidade,
pelo que ele irá agregar na minha vida.

A minha lista de livros
[a comprar]
é enorme....

Não que eu leia todos imediatamente,
é para tê-los à mão,
caso eu queira consultá-los.

Ser leitor é quase sempre solitário,
há quem acredite num diálogo
entre eu e o autor,
não sei.... talvez um monólogo,
mas é que o livro não fala!

Há quem odeie os livros,
e ache a internet o máximo,
eu só imagino,
o condicionamento que ela traz,
ler frases escolhidas sobre tudo,
aprender pouca coisa sobre tudo,
superficialmente,
é o mesmo que não saber nada.

Ouvi um ótimo palestrante dizer:
ensinamos muito sobre pouca coisa.

Ler é um exercício.

Livros abertos, por todos os lados....

Um minuto de saudade

Saudade é aquele momento que você pensa numa coisa,
e quer dividir com um alguém em especial,
e quando vai falar para aquela pessoa, ela não está lá.

A saudade acontece de repente,
pode acontecer após alguns minutos
que você se despediu daquela pessoa,
ou pode fazer semanas, meses ou anos
que você não a vê.

A saudade pode ser triste,
pois sentir vontade de ver, conversar
com uma pessoa que não se pode
mais ter nenhum contato,
seja porque ela "bateu as botas"
ou porque ela foi embora
de alguma forma na sua vida.

A melhor saudade é
aquela que você fica até ansioso
por ver a pessoa, que
pode ligar quando quer dividir um fato,
um ato, uma idéia,
e quando a vê
um abraço gostoso!

Saudade não se mata,
saudade se alimenta
[não muito!]
saudade é bom,
por causa dos abraços que ensejam!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Romaria!


Ao som da voz encantada da Elis,
que amamos tanto,

Romaria,
de autoria de Renato Teixeira [salve!]
uma das melhores e mais lindas músicas de todos os tempos,
música de verdade...

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido
Em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De jibeira o jiló
Dessa vida
Cumprida a só

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos
Perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte
Eu não sei, nunca vi

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de Romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar
Meu olhar

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

simplicidade


Um bom café, forte, pretinho, açúcar mesmo,
expresso, passado, nescafé...
todos os dias, um bom café,
simples e gostoso.

:D

sorrisos no banco da praça


um sorriso na sua boca
são dois
:D :D

um sorriso sincero,
aberto,
puro, de felicidade,
braços abertos,
pra cima,
numa saudação ao mundo,
numa saudação à felicidade,
num ode à expressão do corpo!

Um caminhar de paz, leve
sentindo o aroma das plantas em redor,
as flores de laranjeira,
sentir fluir o vento frio entre os dedos e pescoço,
o ar gelado entrando nos pulmões,
o céu azul e nuvens roxas do por do sol,
sentar-se num banco de praça
e assistir um vovô
brincando com uma criança de 3 anos.

Rir...

Pensar em tudo num suspiro sereno,
pensar naquilo que magoa
e deixar lá no banco da praça,
com uma flor branca,
sem dizer adeus,
como uma escolha daquilo que se quer na sua vida,
deixar a mágoa com a solidão,
num banco de praça,
de castigo
e não voltar nunca mais.

Pular,
brincar com o cachorro sem dono,
sair correndo,
não como se estivesse fugindo,
mas alcançando,
indo ao encontro,
consciente, dono de si mesmo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

cravos

Os cravos,
uma homenagem a você,
ao carinho,
aos abraços,
aos beijos,
e às surpresas da vida...
uma singela celebração às coisas pequenas e belas.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

livros

Verossimelhantes são as afirmações do tipo:
somos o que comemos, sobre os exercícios...
penso ser realmente verdade o
somos o que lemos,
somos o que pensamos ser
acredito na força da mente.

A ciência explica todo tipo de manifestação do ser humano,
mas não consegue explicar muita coisa que foge à regra,
as exceções "atrapalham" tudo... nada é matemático.

E, afinal, porque deveria ser?
Tudo me leva, quando penso no ser humano,
aquela velha constatação [que está se tornando chata]
dos controles... controle do Estado, controle do mundo,
não existe verdade, tudo é relativo, de acordo com o interesse daquilo que controla.

Trabalha-se para,
compra-se o que, como,
pensa-se nisto, desta forma,
age-se como...

Há um "script" feito pra nós,
irritantemente trabalha-se para viver, se não trabalhar e não tiver dinheiro: prisão,
compra-se o que há de promoção, compra-se o que a propaganda disse que era bom,
pensa-se que a gripe H1N1 é a mais terrível de todos os tempos [e veja-se, fique contente por estar vivo, conforme-se com seu trabalho, baixe a cabeça e agradeça todos os dias que você está vivo e pode trabalhar.... pense assim]
age-se como a novela demonstra, é hora de comprar coisas indianas....

Um grande amigo retratou a coisa da seguinte forma:
ser feliz mesmo é ser ignorante, a ciência das coisas traz sofrimento.
Verdade.
Aí, você sabe das coisas ruins do sistema e o quanto isso interfere na vida das pessoas
que morrem de fome por causa dele, e o que?
A maioria ignora, porque quer ser feliz,
então pra ser feliz, sabendo das coisas, você acaba se tornando um criminoso,
claro, não do pior tipo... [ou talvez do pior, sim]
como?
quando você sabe de um crime,
por exemplo: seu vizinho raptou alguém e vc não conta à polícia?
isso é crime, desse tipo mesmo.

Filosofias minhas e de mais alguns autores amigos...

A verdade não vem sozinha,
e tudo que você faz depois da verdade
é tentar abstrair isso da sua vida,
saber das duas verdades, e conciliar
a declarada e a não declarada.

Cidadania é algo que deveria entrar na educação,
cidadania não é só votar,
é resistir aos genocídios percebidos,
massas contra os grandes,
democracia...
fazer valer o direito,
esse deve ser o objetivo.

Porque da discussão?
Li, pensei, e agora discuti.
Há algo que precisa ser feito,
e o papel é transmitir, incitar o pensamento,
levantar o questionamento,
e fazer acontecer,
já está acontecendo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Veríssimo

duas dele, grande Luís Fernando Veríssimo, pequenas e sábias:

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

20 mil perguntas

"Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos
E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas

Estou ligada num futuro blue"

Na voz de Elis Regina
Composição: Vitor Martins e Sueli Costa

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Winston Churchill

“A era das protelações, das meia-medidas, das ações a curto-prazo, dos adiamentos, está terminando. Em seu lugar estamos entrando numa era de conseqüências.”

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Economia X Natureza

Paira no ar, em meio ao terrorismo sensacionalista
de uma pandemia "jamais" vista em todos os tempos,
uma pergunta:
O mundo vai parar?

Exageros proporcionais à parte,
a questão que me vêm à cabeça é
tudo está estruturado e imposto pelo sistema econômico,
os crimes, a escola, os "empregos, empregadores e empregados"
tudo, absolutamente TUDO gira em torno da economia.

Mas e agora, eu me pergunto,
que ouço todos os dias que pessoas estão morrendo da gripe A,
tais e tais cidades fecharam suas portas,
seus colégios, suas ruas e suas casas.
Há reportagens relatando o PREJUÍDO econômico que a gripe vêm causando.
Estranhamente faço relação ao ano [acho que ano passado]
que quase todos os feriados cairiam em dias úteis,
a reportagem tinha como tema também o prejuízo econômico que isto
causaria ao comércio.

Dá aquela sensação de injustiça no coração...
Então a grande perda é a financeira sempre,
como pode um sistema se impor,
e fazer com que todos os seres vivos se curvem diante dele?
Que poder tem dinheiro... ou a mídia.

Só que dinheiro não tem vida, nem vontade própria,
gente da pior espécie deve contabilizar os prejuízos
diante da desgraça que se ocorre,
empresas continuam abertas, para garantirem
o seu ganho, não se importando se seus funcionários
estão sendo consumidos não pela gripe A,
mas pela ganância dos seus "empregadores".

Não se trata de uma pandemia nova,
e sim de uma velha... a ganância sempre esteve entre nós,
ruindo nosso convívio, nossas crenças,
destruindo nossos vínculos, rituais e memórias.

O mundo não vai parar,
mas vai ter um tempo para [finalmente]
descansar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

individualidade


Particularmente,

prefiro,

ou melhor,

procuro exclusividade.


A morte

Sim, ela mesma, a morte.
Em algumas culturas a morte é encarada
na forma de passagem para o divino.
Dentro de várias perspectivas
a morte é enxergada num aspecto não terminativo,
porque é difícil conceber um ser pensante,
por exemplo,
não ter continuidade, acredita-se então na existência da alma.

Há muitas de religiões que analisam
sob uma gama idéias a existência da alma,
não vi e nem ouvi dizer que a morte é o fim,
as pessoas simplesmente não acreditam nisso,
muito embora transpareça exatamente isso.

É uma negação da realidade,
a pessoa morre e pronto, morreu, não tem mais nada de carne
dela sob a terra, restaram as lembranças das pessoas,
elas pensam nela e assim ela existe
(penso, logo existo, pensam em mim, logo existo?)
Os seres humanos tem a capacidade de apegar-se,
de amar, criar vínculo,
e a quebra desse vínculo é que nos faz negar
a existência da morte como um fim,
há conforto em acreditar na alma,
em crer que há um novo encontro
com aquela pessoa que tanto se ama
num lugar que nunca se viu,
questão de fé.

É mais fácil viver acreditando num divino,
não é simples, mas se supera melhor a perda.
Lembro de uma bela frase com relação a isso:
as pessoas vão lembrar pelo que você fez elas sentirem
se fiz alguém feliz, essa pessoa vai sentir falta da felicidade que eu trazia,
e felicidade é algo viciante....

Não posso dizer que eu vivi o bastante,
porque nunca será o bastante,
mas se eu não conseguir impedir
a minha morte [é claro que vou tentar!]
quero deixar aos meus
lembranças lindas das nossas vivências
mas sem com que a saudade machuque tanto,
sem que eles percam o sentido da vida.

Eu quero que as pessoas que convivo,
converso, abraço e olho nos olhos
vivam e busquem a felicidade,
a morte é certa,
a felicidade depende de atitudes positivas,
opte sempre por ser feliz!

Doenças sempre existirão,
assim como pessoas trapaceiras,
filas em mercados,
poeira nos móveis,
e mato crescendo no meio da grama,
o detalhe é saber lidar com isso da melhor maneira.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Porque Democracia?

Trata-se de uma série de documentários em alguns países no mundo retratam as cores cruas da democracia,ressaltando a importância da voz do povo nas políticas do mundo.
Uma didática ímpar! Canal Futura, ou na internet.
O nome do programa: Porque democracia?

http://www.futura.org.br/main.asp?View=%7BD2EF690E-49AB-498F-9011-7957E4D9F702%7D&Team=&params=itemID=%7B4EE65CEC-F2C0-48D2-ABD0-CE0BF89B3162%7D%3B&UIPartUID=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898%7D

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A solução é alugar o Brasil: 740 ton de lixo da realeza Britânica


Muito sabia Raul Seixas,
afirmando ironicamente que a solução é: alugar o Brasil;
"Os estrangeiros
Eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico
Tem vista pro mar
A Amazônia
É o jardim do quintal
E as libras dele
Paga o nosso mingau..."

uma pequena modificação nossa Raul...
mas certa para essa ocasião!
Informações jornalísticas?


Um pouco de lixo debaixo do colchão desta nação,

um pouco mais de lixo.



domingo, 2 de agosto de 2009

pensamentos revestidos


a tosse seca
esconde a saudade repentina,
olhos ao céu nublado,
desinteresse pelos passantes,
pensamentos perdidos
o trânsito,
um caldeirão da fumaça
esconde a encenação ao lado,
nas escadarias do teatro,
lindos olhos curiosos enebriados pela peça
chuva fina aperta a pequena multidão
um guarda chuva ou dois,

alguns conhecidos,
circulavam
duas mãos em meus olhos, geladas...
não era dia pra vê-la
contudo ela [a tristeza] chegara para ficar
assim: música de piano,
fico escutando,
a cabeça perdida
os tons de outono daquela música.

Não há fotografias
a memória às vezes falha
as bailarinas amarelas...
alguns vícios de linguagem,
o sabor amargo que restou
e um sorriso contrário.

Exercícios renovam os pensamentos.

Uma flor branca na janela.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

caminhos

"nos caminhos que percorri,
algumas vezes
tenho perdido a sensação de que existe justiça,
já esbulharam tanta coisa..."

quinta-feira, 23 de julho de 2009

trilha sonora

o dia que me encontrar com ela
minha despedida deve ser simples,
sobre mim, flore vermelhas perfumadas,
podem ser cravos, pra não comprometer as rosas,
as brancas não gosto,
dão um ar de enterro....
incenso de cravo e canela,
devo vestir uma camisa verde forte,
colar e brincos de pérola,
quero rímel e sobra escura,
com batom vermelho sangue,
com blush para dar um ar "natural",
quero uma mão virada pra cima, se for possível,
como se cada despedida fosse um aperto de mão,
mas mais importante que tudo:
eu quero a trilha sonora do filme da Amelie Poulain,
o tempo todo, sem pausa.
Não quero que mintam sobre mim,
não quero hipocrisia,
não quero curiosos,
quero a presença apenas daqueles que me amaram
verdadeiramente,
e que saibam que eu vivi assim,
que fui sincera, e fiz cara feia quando não fui...
Não gosto de chuva.
http://www.youtube.com/watch?v=wiJVSMFLZ6g

quarta-feira, 22 de julho de 2009

J. K. Rowling

Pensei, sim, antes de escrever.
Hoje escrevo uma nota sobre uma história,
tida por muitos infantil.
No auge dos meus 26 anos de vida,
me surpreendo pela história envolvente e eletrizante
que leio no livro Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Quem critica negativamente, ou não leu, ou não tem imaginação.
Existe uma criança em mim, sim.
Lembro-me dos meus sete anos, quando adorava ler contos,
perdia tardes naqueles livros do Monteiro Lobato,
entre outros tantos de estórias e histórias,
dos meus catorze anos e os livros do Paulo Coelho,
Diários de Anne Frank, Zlata Filipovic, Cristiane F.
sempre gostei deste tipo de entretenimento.
Minha opinião? Ótimo, comprarei os demais livros da série.
Tenho comentado com amigos e conhecidos minha admiração
pelo filme e pelo livro, me olham com ar indiferente,
ouvi algumas vezes, sem contar: 'prefiro aquele outro',
já pensei assim. A verdade é que a idade e atitudes do personagem
evoluem com o tempo, e com grande riqueza de detalhes,
J K. Rowling descreve um personagem cativante,
numa fantasia que sente-se pena quando há um fim.
Leio em concomitância, o livro de Hannah Arendt,
A condição humana, que merecerá outra nota mais além,
sua gradiosidade é ímpar!
Enfim, percebo que o hábito de leitura é deveras imporante,
e ler um livro de fantasias rejuvenesce os pensamentos,
sinto uma espécie de uma fonte de novas idéias,
pra fazer outras coisas em outras áreas,
fico intrigada com isso, e adorei mesmo o livro.
:)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

acidez

humor ácido sim,
às vezes...
quse sem querer.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

música de Chico, na voz de Elis

Atrás da porta:

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei,
eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

sexta-feira, 3 de julho de 2009

um banco vazio

de que adianta tanta coisa
se tudo não passa de palavras?
intenções?
versos lindos?
canções?
porque alimentar um sentimento
se não existe a vontade de concretizar nada?
pra que imaginar tanta coisa,
se tudo acaba num mesmo lugar,
lugar nenhum.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

entender

saudade,
foi o que disse ele,
saudades, muitas saudades,
e eu disse que
quero
apenas
entender:
porque?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

pesos e medidas


"Para os amigos, as benesses da lei,
para os inimigos, os rigores da lei,
e aqueles que não são nem um,
nem outro, apenas a lei".

Citado por Getúlio Vargas, de Maquiavel.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado
e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido a
o lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto
e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos
e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade

um suspiro para sexta

Último Poema - de Manuel Bandeira

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais,
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas,
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume,
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos,
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

um trechinho do Bauman, sobre ideologia

O papel chave que a "ciência das idéias" estava fadada a desempenhar na contrução de um mundo humano governado pela razão e integrado por seres de comportamento racional praticamente não exigia outro argumento.
Isso graças a uma série de suposições simples: a conduta humana é guiada pelas idéias que as pessoas têm; as idéias se formam através do processamento, como tudo o mais na natureza, está sujeito as leis estritas; tais leis podem ser descobertas com a sistemática observação e experimentação; uma vez descobertas, podem ser usadas - como outras leis naturais conhecidas - para melhorar a realidade: nesse caso, para garantir que nenhuma sensação enganosa se ofereça a processamento e que as verdadeiras sensações não se distorçam quando processadas - de modo que se formem e sejam adotadas somente idéias verdadeiras, aquelas que passam no teste da razão.
Nas palavras de Mercier, um dos luminares do instituto francês, as idéias "são tudo o que existe" e, segundo o próprio Tracy, " existimos pelas sensações das idéias. Nenhuma coisa existe senão pela idéias que dela fazemos." grifo nosso (p. 115)
BAUMAN, Zygmunt. Em busca da política.

Mídias

Mídia: Rede Imaginária (?)
Qual a importância da mídia nos processos de democratização cultural?
Globalização versus cidadania cultural local.
Espaços culturais e violência.

Assuntos da encubadora.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Não se cale diante da violência!


bailarinas amarelas

Aquela flor,
que outrora, símbolo de uma volta, lembras?
ainda guardo o bilhete
que ainda diz,
com letrinhas pequenas,
de uma mão "esquerda":


"Minha doce!
Deixo essas flores para que você cuide, com o mesmo carinho que sempre cuidou de mim. Quando eu voltar, colocaremos na sala do nosso apartamento.
É o 1º presente do lar que quero ter com você.
Te amo do fundo do coração e vou voltar pra ficar contigo, e seremos muito felizes com nossas vidas, nossas conversas, nossos sonhos. Beijos A...
" 24/01/2009

No iníco, as flores
foram devastadas pela fome das formigas,
num verão intrépido,
muito frio, vazio,
de muitas lágrimas...

Ontem as vi,
fitei suas lindas folhas verdes
que cresceram completamente
desde a última vez que as vi,
suas flores balançavam com o vento,
como se bailassem uma valsinha, sorridentes...
elas se destacam pelo seu amarelo ouro,
uma cor viva, quente, ... são 17 flores.

Mais tarde,
pensei em ti, e chorei mais uma vez
além das tantas lágrimas que derramei,
mas foi pelas flores... (tão belas flores)
partidas.


Aqui em Blumenau, chove, e faz frio,
mas as flores,
____________
elas continuam lá,
dançando aquela valsinha,
e num sorriso irônico,
sou capaz de apreciá-las,
nunca sem lembrar,
sempre,
sem esquecer.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Hipocrisia na alma

Conceitua-se, hipocrisia:
1. Fingimento de bondade de ideias ou de opiniões apreciáveis.
2. Devoção fingida.

Muito inoportunamente, existem pessoas que são hipócritas em nossa
rede social. O triste é que aliado à hipocrisia, possuem a característica
de manipular as pessoas, cuja capacidade de discernimento dos fatos
se embasam apenas nas alegações do manipulador, que, é claro, sempre
contará o fato sob a sua perspectiva defendendo seus interesses....
Haverão sempre aqueles que acreditam no hipócrita, não o fazem por mau,
mas no fim, sempre fazem mau aqueles que são o alvo do hipócrita.

Não sei se tal atitute é um desvio de conduta social,
existem tantos distúrbios psicossociais que podem se relacionar a tal fato,
mas não tenho competência (no sentido de que não sou especialista) para
prescrever a doença que o sujeito tem.

O que resta à fragilidade das coisas, em relação às atitudes hipócritas,
é saber, se um sujeito normal, com qualificações simples e honestas,
consegue impedir que um sujeito hipócrita e manipulador chegue
ao seu objetivo principal, qual seja, a aniquilação de um sujeito,
que por infortúnio e engano (porque sim, o hipócrita sustenta uma grande máscara)
o conheceu, mas que em pouco tempo,
identificou seu comportamento, afastando-se.

Sim, é claro que o hipócrita sustenta sua razão da agir desse modo,
às vezes eu penso que ele tem a consciência e quer prejudicar as outras pessoas,
muitas pessoas são manipuláveis facilmente por ele, assim, ele obtém o controle.
Já refleti se é uma questão de educação, mas creio que a personalidade prejudicada
é algo que se têm na alma, o ser é por completo hipócrita, em todos os seus atos
há um tom da sua hipocrisia, sua ironia, sua fome pela cabeça dos outros,
sanguinário... quanto mais, melhor.

Não somos melhores que ninguém, nem piores, apenas isso.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

escritos

minha amiga teatreira, triste pela "bienalidade" do festival de teatro,
supresa pra mim, o festival acontecia todo ano nessa Blumenau
sem costume de teatro...
encenou a peça de Brecht, a melhor que já vi até hoje,
cultura, teatro, cinema, música, artes, tudo tudo.....tudo.
Já ouvi que aspirar a arte é sonhar e que a vida não é um sonho,
tal pessoa assiste sua novela pontualmente todos os dias,
eu me entrego à minhas paixões de corpo e alma,
quem não se entrega, sinto dizer, não sabe o que é viver.

bem baixinho, ouço meus pensamentos cantarolarem:
"viver... sem ter a vergonha de ser feliz... cantar e cantar e cantar, na beleza de ser um eterno aprendiz..."

o que seria de todos os momentos felizes sem a intesidade que eles nos proporcionam?
não dá pra sorrir pela metade...
nem dar meia risada,
ou mesmo ter 1/2 da felicidade.
prefiro chorar de rir e rir de tanto chorar que viver uma vida morna,
não quero nada pela metade,
tudo que me importa quero por completo.
:~)

sobre mim

"Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
porque vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual,
porque sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei a mesma pra sempre."
Clarice Lispector

segunda-feira, 18 de maio de 2009

mais uma com a Bethânia... não deu pra não colocar!

Sonho Impossível
Maria Bethânia
Composição: J.Darion / M.Leigh / Ruy Guerra

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

na voz de Bethânia...

Como Dizia o Poeta
Maria Bethânia
Composição: Toquinho & Vinicius de Moraes

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu,
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença,
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão
Abre os teus braços,
Meu irmão, deixa cair,
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não...

sábado, 16 de maio de 2009

comédia dos erros

a vida não pode ser uma comédia de erros...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um brinde à vida, um ode à arte

Picasso profere: Não evoluo, sou.
Há quem passe a vida inteira dormindo,
e nunca saiba realmente o cheiro e o sabor das coisas.
Que nunca acordou de manhã e sentiu o suor da neblina no rosto,
ou nas noites de verão sentiu o cheiro do verde...
Faço um brinde à vida,
ao poder de mudança das coisas,
pelos caminhos que muito embora possam ser tristes para alguns,
sempre haverão aqueles que acreditam,
que nos guiarão até que possamos seguir,
sempre haverá a força bela da arte que nos faz crer que possam existir anjos sobre a face da terra por tamanha fascínio que exercem sobre os pobres mortais
arte inspiração da vida!
Vive la vie!

sábado, 2 de maio de 2009

barcos

a competitividade não é algo que preenche todos os sentidos da minha vida,
às vezes prefiro sair nadando a ficar num barco que vai afundar,
e quando afundar estarei longe, pra garantir a minha sobrevivência.

não existe medo de tentar, mas existiram todas as outras ocasiões,
a vida é um grande aprendizado.
os barcos sempre hão de ir e vir, isso nunca pára.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

futuro

antes de eu nascer
minha mãe se encontrou com uma vidente,
a previsão do seu futuro era:
ela teria três filhos,
e sua primogênita surpreenderia a todos
seria alguém importante.

resta saber se eu posso concretizar essa última previsão.
quem sabe?

eu também me encontrei com uma...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

desejo

Desejo a você…
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Crônica de Rubem Braga
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Uma tarde amena
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Céu azul
E os dois pés na água
Aonde o mar acaba
No frio, a tarde, a solidão
Duas mãos, rasgam as cartas
Lavando as magoas
Assim e o amor em vão
Cada canção de amor
Abre a ferida
Que não vê fim
Cada fração da dor
Agora é chuva
Cai em mim
Mas tudo vai passar
Como tudo passará

Amor em vão
de Herbert Viana

http://www.youtube.com/watch?v=S59A66yTulk

terça-feira, 21 de abril de 2009

sapiência

" Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto,
Mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas
renúncias e loucuras, alguém me valoriza
pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida proporciona,
que dê valor ao que realmente importa,
que é meu sentimento...
e não brinque com ele."
Mario Quintana

baby

diz a letra do Caetano:
"Você precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente, me ver de perto
Ouvir, aquela canção do Roberto
Baby, baby há quanto tempo"

quinta-feira, 2 de abril de 2009

inquietude...

certos dias acordo com uma inquietude apertando o peito...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

navegar é preciso

"Daqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra."
Mark Twain

quarta-feira, 25 de março de 2009


algumas pessoas entram em nossas vidas

e fica aquela impressão de que as conhecemos a muito tempo...

hoje eu trilhei caminhos que o destino me deu,

e por isso hoje eu acreditei nele.


Há muita coisa por vir,

conhecemos muitas pessoas em nossas vidas,

algumas apenas passam, sem deixar nada,

algumas fazem algum estrago, e deixam tristeza,

outras deixam algo valioso como a amizade e alguma experiência,

e existem pessoas muito especiais que entram em nossas vidas,

que sabemos que elas irão embora,

e mesmo sabendo disso,

queremos que elas fiquem.


sempre haverão dias de chuva...


e dias de sol.

sábado, 14 de março de 2009

Nana Caymi

Mó do tempo

Hoje, eu me sento aqui
Companheiro, e nada tenho a dizer
Da desilusão que embaça meus olhos
Dos alegres moços que outrora fomos
Veja o que ficou
Esse banco
Esse jardim
Veja o que restou
Solidão sem fim
E muitos vêm me contar
Companheiro, coisas que eu sei de cor
Mas o meu silêncio responde aos risos
E aos heróis que pensam tudo saber
Dos vaidosos moços que um dia fomos nós
Mostra o que ficouEsse banco
Alguns pardais
Mostra o que restou
Solidão demais

sexta-feira, 13 de março de 2009

Adeus

existem pessoas que devemos deixar ir embora de nossas vidas,
sempre haverá alguma tristeza nisso.
muitas vezes não é fácil,
há tanta saudade...
Adeus

quinta-feira, 12 de março de 2009

eu?


já disse que não temo,
já provei tanta coisa
pra mim,
porque ser igual e seguir o caminho já batido?

ouça um pouco de Pink Floyd,
Rappa, Caetano, ópera, Chemical Brothers,
porque não?
leia um pouco de Orwel, Brecht, Lobato, Truffaut e Beckett
um pouco da Clarice! quem sabe você gosta!

o mundo está além disso, as coisas são bem mais amplas que uma única coisa só!
penso por mim, pense por você também,
mas por favor, chega de novela, pense por si!
você tem uma cabeça, bem aí, em cima do pescoço, ora!

o amor resiste a tudo?

tantas histórias de amor,
amores partidos
perdidos... no tempo, no espaço, na vida...
ao que se diz de um amor ferido: tudo passa, como tudo passará,
mas quem perdeu seu amor
não sente mais o tempo passar,
não vê o mundo girar,
a felicidade está amordaçada.

a história mostra,
amor mesmo, de verdade, não se sente por qualquer pessoa,
é uma pessoa especial, cheia de defeitos e de olhares,
cheia de tiques e chiliques específicos, manias....
há quem saiba o que é isso, há quem ria, há quem desconheça,

pior mesmo ao um amor vivido
é nunca ter amado ninguém de verdade na vida.
diz o poeta:
quem quase morreu está vivo,
mas quem quase vive já morreu.

boas lembranças sempre ficarão na memória
pessoas especiais sempre ficarão no coração.

se o amor resiste a tudo?
não tenho essa resposta,
fico no meu "achismo" que não.
quem sabe nunca amei de verdade....

segunda-feira, 9 de março de 2009

simplicidade


O destino me persegue,
mas o que ele quer me dar, eu não sei se quero,
às vezes eu não quero, às vezes eu aceito
contrariada,
satisfeita.

Porque ele quer controlar a minha vida?
tanto faço,
mas por vezes me parece que quanto mais que corro,
chego nos mesmos lugares comuns,
e mesmo se não corresse, chegaria neles.

Tentei enganar o destino,
as coisas que mais quero, minto que não quero,
mas fingir não adianta, raras vezes funciona,
sempre atiro minhas flechas ao longe.

Mais um ser humano, mais um grão de areia,
vivendo nesse planeta terra, vivendo....

esquecendo coisas importantes
lembrando de coisas pequenas
sendo um expectador e um ator
vivenciando experiências como um ser feliz e triste,
prezando algumas outras bobagens
coisas simples:

o ar fresco no final do dia que mais parece um suspiro de quem trabalhou o dia inteiro e não viu o dia passar;
o sabor especial que tem a pipoca quando se vai ao cinema;
o cheiro das ruas nas noites de final de ano;
o caminho repetido de se ir a um lugar tanto tempo, e repetir o caminho, mesmo quando não há mais nada lá;
ler frases de um livro que já se leu, de maneira aleatória;
comidas que repetem um sabor de infância;
uma cerveja boa, alguns amigos, histórias contadas e muitas risadas;
abraçar alguém que se sente saudade bem forte, colocar a cabeça em seu peito e sentir proteção;
água de côco: do côco retirado do pé, na hora;
ficar debaixo de uma cachoeira sentindo a água gelada batendo com força em seu corpo, sentir a água passar levando embora qualquer fantasma;
brincar com nenéns, ouvir eles dizerem suas primeiras frases, apertá-los até que eles se incomodem;
ver que algumas coisas na vida dão certo e são do jeito que você esperava;
o verde claro das folhas das plantas no verão e verde escuro no inverno;
ver um filme que te faz chorar, mesmo quando você se considera durão;
ar condicionado com cobertor;
pizza;
conversar com seus amigos de longa data e perceber que não mudou nada da relação de amizade, mesmo às vezes estando longe;
passar um café às quatro da tarde, sentir o cheiro dele;
acampar;
ir à exposições de arte e gravar seus quadros na memória, sentir o artista, seu universo;
achar um bilhete de amor no meio de um livro da biblioteca;
acordar sentindo-se bem consigo, e tudo durante o dia dar certo, misteriosamente;
tomar sorvete de danoninho em formato de coração;
viajar;
nascer e por do sol;
ter sede de aprender;
fazer experiências culinárias, e ver dar certo;
sentar à beira do mar e as ondas passarem pelos seus pés;
fazer um exercício que te deixa cansado, mas que revigora seus pensamentos: corpo são, mente sã;
dançar até suas pernas doerem;
beijar um grande amor e nunca mais beijar ninguém.

pequenas coisas que fazem tanta diferença pra felicidade...
e pequenas coisas também nos fazem tristes....
tudo num certo tempo, hora, lugar...
às vezes o destino escolhe,
às vezes não...
mas ninguém, ninguém mesmo
pode dizer que escolhe por quem se apaixonar.

c'est la vie

sexta-feira, 6 de março de 2009

nota de dólar pelo silêncio


existem tantos vilões e heróis na história...
mas gostaria de saber a definição exata de vilão e herói.

para herói, encontro a seguinte definição: homem extraordinário pelas suas qualidades guerreiras, triunfos, valor ou magnanimidade; homem notável pelos seus desmandos, que se envolveu em aventuras e escândalos.

e para vilão, curiosamente o dicionário me diz que significa rústico; abjecto;
desprezível, miserável; que ou aquele que é habitante de uma vila;
camponês; plebeu.

Incrível como um simples jogo de palavras pode definir e traçar a vida das pessoas...
pode-se entender de diversas maneiras ambas palavras,
imagino que em notável maioria, as pessoas tendem a acreditar que se trata do bem e do mau,
como a imagem imputada na grande maioria dos filmes de guerra e na história que se conta,
como se trata toda e qualquer guerra, há sempre o herói e o vilão.
heróis salvam uma pátria...
heróis assassinaram covardemente mil e tantas pessoas com suas poderosas armas letais
heróis lançaram a bomba atômica matando fria e lentamente mil e tantas pessoas
heróis dizimaram algumas populações na África,
heróis tiram a vida de pessoas no Iraque para que os iraquianos sejam livres
os heróis gostam da guerra,
os heróis sacrificam vidas por um propósito tido como "maior", algo "valoroso"
os heróis mesmo são aqueles que ganham a guerra.
os heróis...
esses heróis covardes,
numa desenfreada luta pelo poder, transborda de sangue a ganância que a guerra consome
transborda de almas gentis o inferno dos heróis
transborda de ódio, medo e mortos.
Não entendo, e nunca vou entender a guerra
não gosto nem dos filmes de guerra
porque eles sempre mostram dois lados: o herói e o vilão...
matar alguém inocente é ser mau.
quem consegue entender a guerra?
de um lado a dominação, do outro a resistência
de ambos os lados: sangue de pessoas inocentes.
fala-se tanto de Direitos Humanos, o discurso sempre traz algo convincente,
luta pelos direitos, que luta? a guerra? que direitos? sobre o petróleo, diamantes?
porque se apóia a guerra? ela lucra? muito.
Há quem ache que só com guerra pode-se levantar economicamente um país...
mas prega que o trabalho, a retidão, os bons costumes, princípios de heróis...
há demasiada hipocresia, tudo demasiadamente falso, mascarado, fútil.
Os vilões? todos aqueles que se opõem aos "heróis",
todos aqueles que contestam, resistem
os tais plebeus.... ah, claro, tais vilões não são contemplados com os Direitos Humanos, não, isso nunca!
Os vilões devem morrer, de preferência com muito sofrimento,
frente a um público de heróis aprendizes, para que estes continuem seguindo na retidão,
lembro de alguns participantes da 2ª guerra mundial que foram julgados e condenados pelos seus crimes de guerra, não que eu achei injusto o fato de eles irem a julgamento,
mas se eles devem pagar pelos crimes de guerra - genocídio - que cometeram,
porque só alguns? e porque restrita é a nacionalidade desses condenados de guerra?
bem, quantos mesmos foram responsabilizados? quem eram eles?
onde eles foram julgados? e mais importante, que crimes eles foram condenados?
"ouve-se muito no mundo" tanta merda sobre a guerra,
mas grandes genocidas foram poupados...
grandes genocidas SÃO poupados,
e o que é pior, não há sequer algum órgão internacional que questione isso
não vejo nenhuma notícia sobre isso
será que o mundo inteiro se curva a uma nação dominadora?
se curva a nação de heróis,
porque todos, a qualquer momento,
podem ser os vilões.
a força que se impera é a política do medo?
a prisão do medo da qual nossas políticas liberais controlam seus interesses,
nossas prisões,
direitos desumanos,
liberdade a custo de quê?
que liberdade?

os piores crimes que uma humanidade pode presenciar,
guerras, a miséria e da guerra e da miséria a fome!
os responsáveis da guerra se escondem atrás de valores hipócritas e muito dinheiro
mandam seus "heróis" para batalha, enquanto seus mandantes comem caviar e tomam um café da merda de morcegos nas suas poltronas confortáveis de couro de viado
- que se matem! devem pensar, enquanto escolhem uma arte de Picasso -
de ambos os lados: vidas humanas, pessoas de todo tipo, toda raça, todo credo,
será que a nota de dólar vale mesmo uma vida?
o mais importante é o seu silêncio! schhhhh

segunda-feira, 2 de março de 2009

arte

Picasso:woman with book

"O quadro está acabado quando apagou a ideia que o motivou".
Georges Braque

a outra

Paz, eu quero paz
Já me cansei de ser a última a saber de ti
Se todo mundo sabe quem te faz chegar mais tarde
Eu já cansei de imaginar você com ela
Diz pra mim se vale a pena, amor
A gente ria tanto desses nossos desencontros
Mas você passou do ponto e agora eu já não sei mais...

Eu quero paz
Quero dançar com outro par pra variar, amor
Não dá mais pra fingir que ainda não vi
As cicatrizes que ela fez
Se desta vez ela é senhora deste amor
Pois vá embora, por favor
Que não demora pra essa dor... sangrar

Composição: Marcelo Camelo

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Brecht: merece atenção!

Aos que vierem depois de nós

Bertolt Brecht
(Tradução de Manuel Bandeira)


Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
[(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.


Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nóscom indulgência.

disponível em: http://www.releituras.com/bbrecht_menu.asp

Ingênuo - Pixinguinha


Eu fui ingênuo quando acreditei no amor
Mas, pelo menos jamais me entreguei à dor...
Chorei o meu choro primeiro
Eu chorei por inteiro pra não mais chorar
E o meu coração permaneceu sereno
Expulsando o veneno pelo meu olhar...
... eu procurei me manter como Deus mandou
Sem me vingar que a vingança não tem valor
E depois também perdoar a quem erra
É ser perdoado na Terra
Sem ter que pedir perdão no céu.
Eu não quis resolver
Eu não quis recusar
Mas do amor em ruína, uma força termina
Por nos dominar e depois proteger
Dos abismos que a vida traçar
Quando o tempo virar o único mal
E a solidão começa a ser fatal...
Eu não quis refletir, não
Eu não quis recuar, não
Eu não quis reprimir, não
Eu não quis recear...
Porque contra o bem nada fiz
E eu só quero algum dia
Ser feliz como eu sou infeliz...

Passarim - saudoso Tom


Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..

E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..

Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta então, me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

sábado, 21 de fevereiro de 2009

marés da vida

Existe um desejo humano
um lugar ao sol,
frente ao mar
se pode ver a linha do horizonte
o sol beijando as ondas ao longe
algumas nuvens alaranjadas
raios de sol picados que tocam a água
pequenas bênçãos
o céu de blues.

Existe um desejo humano
além da linha do horizonte
cruzar os mares
enfrentar suas marés
grandes ondas, tempestades...
estrelas refletidas em todos os horizontes
noites de escuridão total
um barco segue
além
além dos desejos humanos
além das tempestades
de horizontes
das estrelas
das marés.

Existe um desejo humano
que quer algo além das belas paisagens
além do mito das cavernas e suas sombras
que abre seu peito à procura
numa busca de outro cais
cruzando o horizonte,
mesmo sozinho, o barco segue,
seus tripulantes: os pensamentos,
o vento os leva...
a viagem é a vida
nem todos os dias são de sol
nem todos são tempestades.

As tempestades nos fazem trabalhar mais.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

nada a fazer, sábio!

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.
Clarice Lispector

Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,a sangue e fogo.

um grande coração

Por Andy Warhol, heart

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jean Dubuffet

Le Siegeant, 1967

Theatre de Memoire, 1977

Vinícius



Cotidiano n°2
Vinicius de Moraes

Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Acordo de manhã, pão sem manteiga
E muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega
E eu chego a achar Herodes natural

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Aos sábados em casa tomo um porre
E sonho soluções fenomenais
Mas quando o sono vem e a noite morre
O dia conta histórias sempre iguais
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Às vezes quero crer mas não consigo
E tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

let it be



Let It Be

The Beatles

Composição: John Lennon e Paul McCartney


When i find myself in times of trouble
Mother mary comes to me
Speaking words of wisdom, let it be.
And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking words of wisdom, let it be.
Let it be, let it be.Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be.

And when the broken hearted people
Living in the world agree,
There will be an answer, let it be.
For though they may be parted there is
Still a chance that they will see
There will be an answer, let it be.
Let it be, let it be.Let it be, let it be.
There will be an answer, let it be.
Let it be, let it be.Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be.

Let it be, let it be.
Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be.

And when the night is cloudy,
There is still a light that shines on me,
Shine on until tomorrow, let it be.
I wake up to the sound of music
Mother mary comes to me
Speaking words of wisdom, let it be.
Let it be, let it be.Let it be, let it be.
There will be an answer, let it be.
Let it be, let it be,Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Versos e prosa - flores partidas

Há pensamentos tão tristes, se os pensa a faz chorar...
não entende nem compreende, não pensa mais.
Ela não quer mais pensar neles,
entrou no trem, e ele viu o céu fugir,
fingiu não ligar, mas o coração se partiu.
Lembra dos traços, pedaços e músicas,
ele lembra dela todas as manhãs, tardes e madrugadas
e quando se sente só,
mas a solidão o afoga.
Ela era dele, amava todos os defeitos
amava ele, de maneira simples
incompeensível, sincera.
Mas ele nunca considerou o bastante,
suas referências sobre as mulheres não eram boas
as mulheres, todas, não eram nunca mulheres o bastante,
talvez ele nunca tivesse se sentido o bastante,
a insegurança tomou seus pensamentos
o levou embora
ela o esperava.

Estações passaram por eles,
ele queria ser visto, lembrado,
queria viver sozinho, ter sucesso,
estar solteiro...
Ela amava ele, e o esperava
há dias que ouvia que não se vive de amor,
mas
sem amor não se vive...
A felicidade os visitava, ela sabia, ele estava cego,
se sentiu triste,
e foi morrendo,
pensou em partir sem ele
grita-se com uma pessoa
não por ela não ouvir, mas por ela estar longe
ela estava longe, ele também.
Ele pensou que ela não gostava dele o bastante
e com desdenho tratou
todas as coisas que ela fazia
estava cego, surdo,
e depois de um certo tempo, mudo.

Ele achava que tinha uma pedra no sapato
e disse com todas as palavras ferinas que se possa dizer
que ela não sabia, não entendia, e nada podia fazer.
Ela sentiu-se só, e viu que a muito tempo fazia frio
pensou... ouviu e se calou.
Como alguns, ela pensava nos seus projetos
ele ria
pintava seus quadros,
ele ria
Ouvia conções de amor, gostava de poesia, escrevia
ele sumia...
algo sempre a fazia ficar... afinal, ele gostava dela,
isso ela sabia, incertezas
esperou, entrou no trem e partiu.
E ele viu o céu fugir... fingiu não ligar, não ligou
uma estação se passou
e ele enlouqueceu...
percebeu... ela era seu equilíbrio,
sua razão, seu bem querer, sua vida, seu amor
para ele, não havia mais ninguém como ela
ela era a única, venderia sua alma para tê-la,
gestos de desespero,
Tulipas vermelhas, Tom Jobim, declarações insanas
os olhos dela estavam cinzas
sua pele se tornou algo insólido, um terreno estranho,
olhava para ele, olhava... não o reconhecia mais,
ele não era mais engraçado.

Ela pegou algumas roupas, perfumou-se e foi embora
antes de sair, velou todo o amor que sentira,
o deixou naquela casa,
ela acha que o amor era uma alma,
que encarnou nele.
Ele se achou um tolo, cego e perdido,
ela nunca carregou mágoas,
mesmo assim ele pediu perdão,
disse que percebeu tarde demais
que ela era seu grande amor,
e pedia que ela ficasse mais um pouco,
querendo negar que ela tinha ido.

Alguns outonos passaram, e ele esperava por ela
sozinho na estação, remoendo seus erros,
delirando sobre sua vida a dois,
chorou pelo seu coração partido,
ouviu todos os discos dela uma centena de vezes
até ouvia ela por algum tempo,
imaginava ela falar coisas sobre as coisas que ela sempre falava
quis ter feito muita coisa diferente,
quis dizer pra ela,
todos os dias pela manhã que a ama,
que todos os dias com ela eram felizes,
e que queria estar todos os dias com ela
porque ela era ela,
uma obsessão.

Ela nunca esqueceu de nada,
seus pensamentos sobre ele são tristes,
ela sabe
se não tivesse partido
ele nunca saberia,
nem ela.

As pessoas ficam, uma na vida das outras
um determinado tempo, longo ou curto,
depende do que elas estão dispostas,
às vezes reconhecer o amor é difícil,
as bocas dizem: perder nos faz reconhecer o quão nos é valioso algo que damos pouco valor,
alguns se curam.

Todo amor só é bem grande se for triste...

Eu Não Existo Sem Você
Tom JobimComposição: Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Henri de Toulouse-Lautrec




In the Salon at Rue Des Moulins, 1894

Robert Nesta Marley


"Difícil não é lutar pelo que se quer, mas pelo que se ama.
Desisti... não pelo medo de lutar, mas por não ter mais condições de sofrer."


"Se choras por não ter visto o pôr-do-sol, suas lágrimas não permitirão ver as estrelas."


"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos,
são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre..."

substantivos femininos

ingenuidade e ousadia,
ambos
substantivos femininos.
Agir com simplicidade, singeleza,
mas com audácia... curiosidade.
nada complicado, simples assim
dave, tim e risadas...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

tristeza


existem histórias tristes de amores perdidos...

a tristeza ao redor da ausência, o silêncio
a saudade daqueles momentos a dois, os sonhos
um amor contido, quase não permitido
lembranças
aquele por do sol, os cabelos ao vento
sorrisos, a areia fria no pé,
um abraço quente, cabeça no ombro
aquele dia, um dia qualquer, qualquer dia
alguns dias, dias e dias
lembranças....
aquelas conversas, aquelas comidas,
aquelas risadas, aqueles olhares
músicas,
lugares,
poemas....
aqueles dias eram...
foram
se foram

hão de haver histórias de amores tristes
as lembranças
seus amores
qualquer dia lhes parecem tristes
as lembranças: felizes.

o poeta sabe a tristeza
sente-a tão intensamente
como se sua fosse
e até chora pela tristeza alheia
quando triste lhe parece
perder um amor, um grande amor
que encheria uma vida inteira
é a maior tristeza que o poeta viu e sentiu na vida
é sua maior fonte de inspiração
a tristeza é a musa do poeta.



coisa que não fazemos

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos,
nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que,
esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

Escrever

Escrever é esquecer.
A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

medos


o medo impede de seguir adiante,

sempre trará lembranças

de algo que você queria fazer e não fez

de algo que você quis

mas não teve atitude

força o bastante para enfrentar os riscos

assumir as consequências,


"abrir o peito à força, numa procura"


nunca conheci nenhuma pessoa de sucesso que tenha se deixado levar pelo medo,

difícil imaginar a existência de grandes pioneiros

não fosse pela paixão e coragem de seguir

a terra não seria redonda

o catolicismo seria a religião única no mundo

mpb, bossa nova, tropicália

e acho que todos viveriam na Europa...


afinal, o medo

qual seja

falar,

rir,

seguir os sonhos,

conhecer lugares, pessoas,

perder,

arriscar,

dar o primeiro passo,

contradizer,

viajar,

é um muro

como o de Berlim

algo sem sentido,

ridículo

onde se escondem os covardes

que deve ser derrubado,

superado.


o medo é algo aprendido,

não se questiona o medo

qual é a razão para se ter medo?

o que você faria se não tivesse medo?

medos são resquícios de uma educação punitiva

pra algumas religiões, até Deus pune

o Estado pune até hoje

é de se pensar

o seu sucesso, sem medo, amedronta alguns

o mercado é limitado

o seu sucesso é o medo de outros.